Escudo FIFA vira moeda de troca na eleição da CBF
Que o jogo está pesado na
eleição da CBF não é novidade para ninguém que acompanha os bastidores.
Novidade no tabuleiro e alçado a condição de candidato com a desistência de
Ednaldo Rodrigues, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista
de Futebol, tenta consolidar uma chapa que conta atualmente com o peso da maior
federação de futebol do país juntamente com outras sete federações estaduais e
30 clubes, entre eles todos os grandes de São Paulo. Reinaldo conta ainda com apoio, principalmente monetário, de uma das
Ligas (Liga Forte União) em sua pré-candidatura o que aumenta substancialmente o poder de fogo do
paulista de Taubaté.
Apesar de sempre ter sido uma espécie de lambe botas e subservientes de dirigentes como Eduardo Jose Farah e Marco Polo del Nero, de quem ficou à sombra durante vinte anos (1996 a 2015) ocupando a vice presidência da FPF, Bastos adquiriu experiência, conquistou alguns aliados e mesmo sendo odiado e considerado traidor pela maioria dos dirigentes, tem apoio considerado, não pode e não deve ser subestimado.
Com o apoio já anunciado,
Reinaldo Carneiro tem 67 votos. Ele precisa de 71 para ser eleito. Segundo informações,
o presidente da FPF teria mais "5 times da Série B fechados com ele"
e, caso seja verdade e não haja mudanças de lado, com 72 votos seria eleito, já
que o colégio tem 141 votos no total.
Dos dirigentes de
federações aliados ao paulista, praticamente todos tem promessa de cargo na
diretoria e gordos salários, na casa dos 200 mil mês, em uma eventual vitória.
A tática do opositor Flávio Zveiter seria cooptar aliados de Reinaldo, mas
comenta-se nos bastidores que para mudar de lado, o valor estaria na casa dos
10 milhões de reais e outras regalias.
Outra moeda de troca,
essa sem valor monetário, mas de barganha política, é o escudo FIFA para a
temporada 2024. Comenta-se que Wagner Magalhães, da federação do Rio de
Janeiro, aliada de Zveiter, perderia o escudo que seria herdado por Rodrigo Pereira,
de Pernambuco, cujo presidente, Evandro Carvalho, é aliado e muito próximo a
Reinaldo Bastos. Como as indicações ao quadro FIFA é mais politica que por meritocracia, as tratativas para alçar o jovem e inexperiente pernambucano ao quadro internacional só demonstra a bagunça e falta de critérios do comando da arbitragem brasileira.
Por fim, também se
comenta nos bastidores que caso Flávio Zveiter vença a eleição, a idade limite
para árbitros no país voltaria a ser de 45 anos para todos e não só para alguns
privilegiados, que seria vedado a participação de árbitros atuantes em
sindicatos e associações e que só atuaria árbitros associados a ANAF –
Associação Nacional dos Árbitros de Futebol. A título de informação, atualmente
para atuar nas competições da CBF, todos os árbitros do quadro nacional,
obrigatoriamente devem ser associados da ABRAFUT por imposição de Wilson Seneme
sob ordens do ex-presidente Ednaldo Rodrigues.
Caso vença Reinaldo,
pouca coisa mudara com os oportunistas continuando no poder e dividindo entre
si o bolo monetário da entidade. Já o projeto falido da arbitragem continuará o
mesmo até implodir por erros sucessivos como vem ocorrendo nos últimos anos. Já
com a vitória de Zveiter, as mudanças serão obrigatórias com uma grande faxina
em todos os setores iniciando pelo presidente da comissão de arbitragem e de seus aspones.
A eleição provavelmente
deve ocorrer entre o fim deste mês e início do próximo quando todas essas
indagações serão esclarecidas.
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