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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

ÁRBITRO ESFAQUEADO PELO MARIDO É EXCLUÍDO DA FPF E PEDE AJUDA PARA SOBREVIVER

O árbitro Everton Araújo de Oliveira, 33 anos (26/09/1990), do quadro da Federação Paulista de Futebol, desde 2017, sofreu uma grave violência doméstica sendo esfaqueado pelo marido e ao pedir ajuda na FPF, foi excluído do quadro de maneira desumana e no mínimo preconceituosa.

Entenda

Durante uma discussão familiar, Everton foi atacado pelo seu marido, segundo Boletim de Ocorrências, usuário de entorpecentes, sendo ferido com golpes de estilete no peito e nas pernas como mostram as fotos do post. O agressor fugiu do local, mas se apresentou logo depois à polícia e responde pelo crime. Everton foi socorrido por policiais ao hospital mais próximo, levou vários pontos, fez BO – Boletim de Ocorrência - que o Blog teve acesso com exclusividade e pede ajuda, não só para se recuperar fisicamente das agressões, como para sobreviver, pois arbitragem é seu único meio de renda e sem trabalhar, não tem o que comer e nem como pagar as despesas básicas da casa.

Trechos do BO - Crédito: Divulgação

No BO registrado na Delegacia da Mulher online, no dia 22 de novembro, Everton relata que a relação já era abusiva a algum tempo e que piorou quando seu companheiro mudou de comportamento ao passar fazer uso de drogas. Disse também que já tinha feito BO anterior por movimentos sem autorização em sua conta bancaria.

“Infelizmente quase fui morto pelo meu ex-companheiro. Estávamos a um bom tempo juntos. Quase não tinha fim de semana por causa da federação. Um belo dia esqueci uma data especial, ele ficou revoltado e me atingiu com um estilete de costura no peito. Quando cai ele furou minha perna com outros seis cortes” – disse Everton ao Blog.

Imagens da agressão - Crédito: arquivo pessoal

As perfurações causaram serias lesões e a perca do movimento no pé que possivelmente só retornara com intervenção cirúrgica. 

“Não sei como, pois não tenho recursos e dependo das taxas dos jogos pra sobreviver, mas preciso fazer a cirurgia e talvez nem volte a movimentar o meu pé e isso significaria o fim do meu sonho e da minha carreira na arbitragem.” - Frisou o árbitro que acrescentou:

“Sofri os desgastes de casamento que todo árbitro sofre por não ter fim de semana para a família, treinar todos os dias e a ansiedade que bate se as coisas não estarem indo bem na federação. Me dediquei muito à Federação Paulista de Futebol, esqueci meu casamento e no fim fiquei sem os dois”.

Desde a agressão Everton não trabalha, vive sob medicamento para dores, ansiedade e depressão.  Sem as taxas dos jogos está sobrevivendo de ajuda dos amigos e de rifas online.

Se você puder ajudar assine a rifa nesse link: Clique aqui e assine rifa de ajuda ao árbitro Everton Araújo Oliveira ou faça uma doação no pix: CPF: 380.074.888-63

Exclusão da FPF

Como diz o ditado, uma desgraça nunca vem só. Ao procurar ajuda na Federação Paulista de Futebol, recebeu como resposta que a entidade não poderia fazer nada e acabou sendo excluído do quadro.

‘Pautados na análise de dados de quatro segmentos de desenvolvimento da arbitragem: técnico, físico, mental e social RENUNCIAMOS a sua inscrição para a temporada 2024’. Diz a carta de dispensa da FPF ao árbitro (veja abaixo).

FPF se recusando ajudar e excluindo árbitro do quadro - Credito: arquivo pessoal

“Já tinha pedido ajuda a FPF. Tive reunião com a Ana Paula, meus relatórios todos bons, mas ela só disse que dependia de mim e ninguém falava nada. Dediquei a vida toda a arbitragem e fui dispensado pela Federação Paulista de Futebol sem sequer uma palavra de conforto, mesmo falando que precisava de ajuda. A gente que é gay tem que fazer bem mais que os outros, não cometer erros e nem deslizes algum".

Everton demonstra sua profunda decepção com a entidade que defendeu com tanta dedicação e empenho e faz uma alerta aos árbitros.

"Espero que meu caso sirva de exemplo aos demais árbitros, que tenham consciência que são só números e que a FPF não esta nem aí para os problemas deles. É uma entidade que só visa o lucro e  o árbitro como uma maquina, como um outdoor para ganhar dinheiro com os patrocínios".

Mesmo no fundo do poço e sem esperanças, Everton busca uma por uma luz no fim do túnel para seguir a carreira. 

"Enfim, vida que segue e quem sabe, caso consiga a cirurgia e me reabilitar, alguém me aceite em alguma federação para que eu possa prosseguir com minha carreira fazendo o que amo que é arbitrar futebol” - encerrou o árbitro.


O Blog apurou que a cirurgia para correção nas lesões causadas pela agressão no pé do árbitro custa em torno de 7 mil reais em hospital particular. Seja solidário, ajude o árbitro e ser humano que sofreu uma bruta e covarde agressão pede sua ajuda.

Nota do Blog

Fica claro e evidente a atitude não só preconceituosa, mas desumana da Federação Paulista de Futebol para com este árbitro tendo em vista sua homossexualidade. Everton é um bom árbitro, tem experiência desde muito jovem atuando em partidas amadoras e da várzea. É um talento que se perde devido a problemas extra campo e que qualquer um pode passar e o Blog duvida que teria mesmo tratamento caso o ocorrido fosse com algum árbitro FIFA. 

Analisando currículo disponível de Everton no site da FPF, fica evidente a perseguição e a forçação de barra por parte da CEAF/SP para que o mesmo desistisse da carreira o escalando em funções até mesmo humilhante devido sua experiência e qualidade dentro das quatro linhas.

Everton Araújo, ao lado de Regildenia Moura, durante jogo pela FPF - Crédito: Arquivo pessoal

A Federação Paulista de Futebol, mesmo com seu presidente tentando provar o contrário, mesmo com o presidente dizendo que se preocupa com seu 'árbitro', é uma entidade opressora que não da importância devida ou demonstra qualquer valor com a arbitragem tendo em vista caso como este e o ocorrido durante a Covid-19 quando foi insensível ao ponto de negar qualquer tipo de ajuda ou doar um cesta básica sequer aos árbitros necessitados.

O duro é que este mesmo dirigente opressor e insensível, quer ser presidente da CBF e usufruir dos acordos publicitários nas camisas dos árbitros, que rende valores suficiente para pagar boas taxas, dar condições de trabalho e dignidade a categoria, mas que infelizmente, por culpa dos próprios árbitros, são utilizados para pagar alto salários a alguns e dar mordomias á muita gente sem merecimento ou capacidade técnica.

O Blog procurou Sergio Corrêa e Reinaldo Carneiro Bastos da FPF, que não responderam as mensagens até a publicação deste matéria. Blog não conseguiu contatar Patrício Loustau - Presidente da CEAF - e caso algum deles se pronuncie, este post será atualizado.


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