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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

ELE VOLTOU!

Após ser vítima da vingança dos que tiveram os maus feitos escancarados, o jornalista Paulo César de Andrade Prado, “Paulinho”, foi libertado da prisão e está de volta para dar  continuidade ao seu trabalho 

Depois de 130 dias encarcerado em condições sub-humanas como se bandido fosse, eis que o destemido jornalista Paulo César de Andrade Prado, mais conhecido como “Paulinho”, proprietário do conceituado “Blog do Paulinho”, espaço que há nove anos luta contra todo tipo de bandidos travestidos de dirigentes esportivos que infectam o esporte brasileiro, foi libertado da prisão e já retornou sua luta diária onde promete continuar com a mesma forma e conduta de sempre.

Detido de forma arbitraria por agentes da 34ª DP (Vila Sonia) para prestar esclarecimentos sobre denuncias contra um dirigente esportivo vagabundo que recentemente foi apeado do poder em um grande clube de São Paulo, permaneceu preso para cumprir sentença anterior de cinco meses e dez dias (por crime de difamação contra o advogado Antônio Carlos Sandoval Catta Preta). Sentença absolutamente suspeita diga se de passagem onde por ser em regime semi-aberto - tinha que dormir na prisão e trabalhar durante o dia – permaneceu o tempo todo trancado e incomunicável.

Sou testemunha deste fato, pois tentei visitá-lo e fui desencorajado por este motivo.

Conheci Paulinho quando ainda nem era jornalista, mas já fazia suas denuncias no seu espaço. Nosso primeiro encontro foi durante uma passeata “Fora Ricardo Teixeira”, então integrante e chefe mor da casta dos piores dirigentes que tomaram de assalto o esporte brasileiro. Tempos depois estive em sua radia, a Midia Cast, entrevistando o ex-árbitro Euclydes Zamperetti Fiori.


Nunca escondi de ninguém a admiração e respeito que tenho pelo trabalho realizado por este moço. Bem informado, destemido, corajoso, investigativo, incisivo e acima de tudo, sempre aberto a ouvir e dar espaço para aqueles que de alguma forma lutam para que bandidos e malfeitores não se apodere de vez, seja qual for o segmento do esporte brasileiro.

Com alegria e esperança de dias melhores com a volta deste defensor, este simples espaço saúda a liberdade do Blogueiro “Paulinho” e certamente a volta da luta diária contra os poderosos que o calaram por certo tempo, mas, como querem, não conseguirão silencia-lo para sempre!

Que seu retorno seja frutífero Paulinho, pois a luta continua!

Abaixo o relato do jornalista do ocorrido durante o tempo em que ficou preso.



“Eram 13 horas do dia 06 de julho quando este jornalista, retornando de um PetShop em que havia adquirido um lindo Shih Tzu com apenas dois meses de vida (o nome é "blog", por razões óbvias), teve seu veículo abordado, em movimento, poucos metros antes de chegar em sua residência, por dois homens armados, até então sem identificação.
A ação, cinematográfica, de extrema violência, com ares milicianos, foi realizada por policiais civis do 34º DP da Vila Sônia.
Este jornalista, sem opção, freou o carro, ergueu as mãos e escutou: "Desce do carro, Paulinho, caiu a casa..."
Abri a porta com cuidado, ainda sem saber do que se tratava (pensei em tudo, desde sequestro até execução) e, sem explicações, fui retirado do veículo como se fora bandido, algemado com as mãos para trás, sob o olhar atônito de comerciantes e transeuntes.
"Aqui é polícia! Você sabe porque está sendo preso. Vai aprender a não mexer com quem não pode", gritou um alucinado (com ares de drogado) agente, enquanto levava-me para um desfile público pelo que restava do caminho da abordagem até a garagem do meu prédio (a intenção, evidente, era de proporcionar humilhação), em que observava o outro policial, mais ponderado, estacionar o veículo e entregar a chave à chefe de segurança do local.
"Do que se trata ? Cadê o mandado ?", questionei.
"Fica na sua... a ordem está na delegacia, não crie problemas que vai ser pior", respondeu o alucinado.
"Sem mandado não vou. Preciso, ainda, deixar o cachorrinho com alguém. Acabei de comprá-lo. É filhote, não posso deixar com estranhos, muito menos dentro do carro", respondi.
"Dá um fim nesse bicho, joga fora", disse o miliciano ao parceiro.
A discussão foi intensa e consegui (se é que se pode tratar essa vergonha como conquista), condicionar minha ida, sem "criar problemas", ao DP, a que deixassem-me levar o "bloguinho" à casa de minha sogra (a intervenção do policial menos violento foi fundamental).
Entrei na viatura, ainda algemado, com o miliciano lutando para denegrir minha imagem, proferindo bobagens para os moradores, entre as quais "olha o bandido que morava ai e vocês nem sabiam", seguimos à residência de minha sogra (duas quadras do local), quando, após avisada por telefone, encontrou-me naquela situação deplorável.
Sem o menor constrangimento (e humanidade), o covarde agente, em ação criminosa, teve a coragem de jogar o cachorro (repito, de apenas dois meses) com um soco lateral, nos braços da referida senhora, empurrando-a bruscamente na sequencia.
"Avise à Fernanda (minha esposa) que estou sendo levado para o 34ª DP", concluí, indignado, por sorte, algemado, o que impediu uma reação certa diante de cena tão surreal e deplorável.
No caminho para a Vila Sônia escutei diversas bobagens, mas que trataram, aos poucos, de esclarecer o que, de fato, estava acontecendo:
"Mexeu com o Aidar... ele vai por no seu rabo...", "quem financia seu trabalho ?", "qual a senha do seu celular ?", "está fudido... não vai sair mais...", "quem te passa as informações ?", "como consegue acesso a tantos documentos e dados sigilosos, nós, para conseguirmos, temos grande dificuldade...", "você foi caguetado... já era..."
Ao chegar no distrito, fui levado, como se fosse prêmio, a outro desfile, em que o policial gabava-se pela prisão, e levava-me aos diversos departamentos e salas do local.
Somente após alguma espera, colocaram-me em frente ao um escrivão, que disse ter sido minha prisão uma ação policial para garantir depoimento em inquérito movido por denúncia de Carlos Miguel Aidar, inconformado com publicações do Blog do Paulinho.
Ou seja, a constatação da arbitrariedade: um jornalista é preso, sem mandado, por policiais civis, para prestar depoimento num caso em que sequer foi intimado a depor.
Respondidas as perguntas do tal inquérito, chega a notícia de que não poderiam me soltar porque havia uma condenação solicitando minha prisão por difamação, numa pena de 5 meses e 10 dias (absolutamente suspeita), em processo movido pelo advogado Catta Preta.
Levado à carceragem do DP, logo a imprensa foi avisada e começaram a chover ligações ao distrito (jornalistas, dirigentes de clubes e, pasme, desembargadores ligados ao Corinthians), motivando o delegado titular a descer e abordar-me:
"Cara, você é famoso mesmo... o telefone não para... ligou a Globo, Uol, Terra, Romeu Tuma, gabinete do Andres Sanches e até um desembargador de nome Ademir", relatou, para depois, ato contínuo, ligar para um tal de "Milton", que, tudo indica, seria o "Neves", confirmando, na minha frente, a prisão.
Horas mais tarde, após minha família correr para comprovar, com o diploma, meu nível universitário, ficou certo que o único local que poderia me receber, no momento, com alguma segurança, seria o 31º DP da Vila Carrão, que possui três celas especiais (somente formados) com quatro camas e, no máximo, cinco pessoas (uma dormiria no chão).
Porém, durante a transferência, realizada por outros agentes, fez-se necessário (para eles) o último ato de maldade (e tortura): colocaram-me, após o exame de corpo de delito, algemado com as mãos para trás, na parte de traseira da viatura, que foi dirigida, maldosamente, com diversos movimentos bruscos (inclusive "cavalo de pau"), ação que ocasionou-me algumas lesões, além do constrangimento de vomitar o carro inteiro, sem que pudesse controlar a situação.
Espertos (ou se achando), os policiais pararam o carro antes da chegada ao destino, lavaram a viatura e depois colocaram-me, ainda algemado, cheirando azedo, no banco de trás.
Ao entrar no 31º DP, deparei-me com minha esposa, filho e duas mulheres, Doutoras Danúbia Azecedo e Claudia Mantovani (ainda não sabia que eram advogadas), que abordaram-me: "Fique tranquilo, somos sócias do Dr. Romeu Tuma Jr., ele está indignado com sua prisão e será seu advogado, por favor, assine as procurações.".
Na sequencia, após conversarem com os policiais locais, cientificando-os de que tratava-se da prisão arbitrária de um jornalista, não de bandido, as doutoras despediram-se, avisando que tentariam livrar-me com um HC.
Eram pouco mais de 20 horas quando uma carcereira escoltou-me até a minha cela, o "X-3", local em que entrei apreensivo, sem saber o que esperar, mas, por sorte, fui bem acolhido por três presos, Nelson, Herges e Leandro, que, após tomarem ciência de minha história, trataram de apresentar-me, na manhã seguinte, aos demais presos, não sem antes conversar com o sentenciado "Da Sul", denominado "disciplina", que esclareceu-me regras e dicas de comportamento para evitar problemas na prisão.
A noite foi longa, dormi pouco, envolto em diversos pensamentos, mas ciente de que precisava sobreviver para dar sequencia ao trabalho e continuar amparando meus familiares.
Permaneci no 31º DP por 44 dias, fechado (apesar da pena indicar regime "semi-aberto"), em condições deploráveis de higiene, além doutros desconfortos, mas, por sorte, acolhido até com alguma admiração pelos outros presos (alguns vítimas de injustiças claras).
Neste período, tive HCs negados pelo TJ-SP, STJ e STF (Ricardo Lewandowisky), que, de maneira adversa ao que prevê a legislação, disseram não enxergar constrangimento ilegal no fato referido acima.
Minha permanência no local, que terminou numa transferência ao Presídio de Tremembé - PII (um lixo), será detalhada num livro (ainda a ser escrito), embora, assim como ocorreu neste relato, publicaremos, neste espaço, resumos do que consideramos importante e essencial para o conhecimento público.
Nos próximos dias, o leitor conhecerá a verdade sobre o "presídio das estrelas", o comportamento do judiciário (principalmente a deplorável VEC de Taubaté), além doutros pormenores que levaram um jornalista sério, combativo, que acerta (bastante) e erra como todos, a amargar 130 dias de cárcere, para deleite de malfeitores (e seus seguidores) por ele denunciados, numa verdadeira ação de ataque contra a imprensa, repudiada pela grande maioria da população, mas, lamentavelmente, pouco notada pela própria profissão”.

Estamos de volta, com a mesma coragem e habilidade, porém mais atentos, para, nos próximos dias, contarmos tudo o que ficou escondido (ou foi tratado sem verdade) durante estes quatro meses, além de, para desespero de alguns, dar continuidade ao nosso trabalho - Paulinho -.

7 comentários:

Unknown disse...

Senhor Marçal

Boa Tarde

Qual o motivo de não ter citado o nome do ex-árbitro?

Unknown disse...

Senhor Marçal

Boa Tarde

Por qual motivo omitiu no nome do ex-árbitro a que entrevistaste?

Blog do Marçal disse...

Pelo simples motivo Fiori que no momento do post e peço desculpas pelo lapso, não me lembrei do seu nome completo. Mas já foi corrigido.

Obrigado pela participação e audiência.

Unknown disse...


Boa Noite

Senhor Marçal

Tomei conhecimento da matéria, através pagina Facebook do irmão do Paulinho, ao ver a omissão do meu nome, de imediato acessei sua pagina Blog, cliquei em comentários, onde efetuei a pergunta que originou sua correção quanto à omissão do meu nome.

Quanto à audiência! lendo e interpretando o acima, notaras a resposta.


Unknown disse...


Quanto ao esquecer meu nome, estou admirado! antes de publica-la, você poderia ter perguntado sobre meu nome ao Artur Alves Junior, de tratamos na entrevista; + tudo bem, coisa que não me permito fazer, ao mesmo tempo, tento compreender. No referente a audiência, saiba que por aqui aportei através pagina Facebook denominada: O Paulinho Voltou - que republicou sua matéria


Blog do Marçal disse...

Relaxa Fiori, nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que aparenta ser é realmente o que achamos que é. Em breve saberá quem é quem! abs

Unknown disse...

Tenha certeza que minha luz é clara, continua e continuara até o fim de minha estada neste planeta,em todos os setores que participei e participo, buscando e praticando verdade; em especial, no obscuro e repugnante bastidor do futebol

Quanto a brevidade! espero que seja ontem,

Abraços