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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

A banalização e o uso político do escudo FIFA

Na última quarta-feira (3) foi divulgado a lista dos árbitros FIFA para temporada 2024. O que chama atenção é a falta de critérios nas escolhas e meritocracia dos promovidos. Banalizaram o escudo da categoria mais cobiçado do mundo e cada vez mais o fator QI (quem indica) e a influência política vale mais para a promoção que a experiência e a capacidade técnica dentro das quatro linhas.

O resultado não poderia ser outro. Quadro inexpressivo, árbitros sem qualidades técnicas e a maioria incapaz de apitar  grandes jogos, por mais difícil que seja, como exige o escudo de elite e dos dez árbitros do quadro FIFA, dois ou três no máximo são requisitados para jogos internacionais e os demais, muitos deles, sequer são escalados em jogos importantes da Série A do Brasileiro.

No quadro feminino, a situação é ainda pior, muito delas, mesmo com escudo no peito sequer atuaram em uma partida da Série A do Brasileiro. A catarinense Charly Wendy Straud Deretti que entrou no quadro CBF em 2018 e na FIFA em 2020, é uma delas.

Quem sai

No masculino, Wagner do Nascimento Magalhães, do Rio de Janeiro e Sávio Pereira Sampaio, do Distrito Federal, deixam o quadro. Magalhães nunca justificou o escudo internacional e é um daqueles casos que ninguém, que tenha o mínimo de conhecimento de arbitragem, entende sua indicação ao quadro internacional, a não ser por política. O carioca atuou em quatorze partidas da Série A na temporada passada, nenhuma delas clássico ou partida importante da rodada e em boa parte delas, saiu de campo sob críticas.

Magalhães e Sampaio - mais escudo que apito - Foto: CBF

A atuação desastrosa na partida Santos e Coritiba, pela 29ª do brasileiro do ano passado, certamente foi a pá de cal que faltava para sua saída da FIFA. Depois das lambanças cometidas na partida, foi para a geladeira ficando sete rodadas sem ser escalado e quando o castigo acabou, só atuou em mais três jogos, todos eles da Série B. Não fara falta ao quadro FIFA e muito menos se encerrar a carreira.

Já Sávio Pereira Sampaio também não justificou sua promoção no final de 2022. Foi surpresa quando entrou, certamente por indicação política, e também surpresa a saída do quadro, pois mesmo apresentando baixo desempenho nas partidas que atuou, entraria no segundo ano como internacional e mais experiente e ambientado com escudo, poderia até melhorar a performance e se não melhorasse, seria impossível piorar.

Na última temporada Sampaio atuou em vinte partidas da Série A do Brasileiro. Não errou tanto como Magalhães, mas recebeu muitas críticas na maioria das partidas, especialmente no confronto entre Flamengo e Bahia quando foi corrigido pelo VAR diversas vezes.

Quem entra

Nas duas vagas abertas entram os Rodrigos, o Pereira de Pernambuco e o Klein do Rio Grande do Sul. Não tem muito que se falar dos dois a não ser que ambos têm quase que a mesma idade, 36 para o pernambucano e 33 para o gaúcho e currículo bem parecidos que, com certeza, não habilitaria os dois para ostentar um escudo FIFA se a indicação fosse por meritocracia.

Pereira e Klein - Escudo abre portas, mas não apita jogos

Não que os dois não tenham qualidades, mas ainda não foram testados ou possuem experiências o suficiente para ostentarem um escudo tão importante. Os dois estrearam na Série A do Brasileiro em 2022 e coincidentemente as duas partidas terminaram empatadas. Rafael Rodrigo Klein na 30ª rodada, no empate por 1 a 1 entre Athletico Paranaense e Fortaleza e Rodrigo José Pereira de Lima na 37ª rodada, na partida Juventude 2x2 Flamengo.

Agora politicagem pura foi a indicação irregular do baiano Diego Pombo para o VAR na vaga de Rafael Traci, paranaense que mora em Curitiba, mas atua por Santa Catarina. O currículo de Pombo na arbitragem é inexpressivo, mas fora da arbitragem o rapaz é um popstar com direito a participação em reality show e vídeos se masturbando publicados na internet (leia).

Pombo tem muita experiência com vídeos. Não é VAR por acaso - Foto: Bn@ws

Sua indicação é um flagrante desrespeito a circular 1857 da FIFA que diz no item 6 do documento - Condições de nomeação -, na letra G, que ‘para fazer parte do quadro VAR internacional, o indicado deve ter atuado em pelo 15 partidas da Série A do país’. Pombo só atuou em sete (veja doc. abaixo).

Baseado no currículo de quem entre e de quem sai, a promoção de Pombo dá uma dimensão de como é a comissão de arbitragem da CBF. Ou seja, uma verdadeira casa da mãe Joana, que funciona a deus dará e sob ordens dos baianos Ednaldo Rodrigues e Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol e braço direito do atual mandatário da CBF. Ednaldo e Ricardo, os mesmos que teriam ordenado a entrada de Luanderson Lima dos Santos no quadro FIFA no ano passado, mesmo ano que estreou na Série A, fizeram de tudo para emplacar Pombo dentro de campo, mas como o galã erótico não teve qualidades técnicas para se firmar, conseguiram arrumar uma vaguinha pra ele no VAR. Luanderson e Pombo, pertencem ao quadro de árbitros da Bahia e são apadrinhados por Ednaldo Rodrigues e Ricardo Lima, ex-presidente e atual presidente da FBF, respectivamente nesta ordem.

Circular FIFA 1857 com critérios para ingresso no quadro VAR

Como informação, enquanto Diego Pombo atuou em sete partidas como VAR na temporada passada, Traci atuou em trinta e três e fica evidente a troca pelo fator política no velho e eficaz ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’.

Também foram promovidos a mato-grossense Fernanda Kruger e a gaúcha Maíra Mastella Moreira, como árbitras assistentes.

A partir deste ano, o Brasil passará a contar com 60 integrantes no quadro FIFA, entre árbitros de futebol, futsal e beach soccer. Serão 17 árbitros de campo, 19 assistentes, 12 árbitros assistentes de vídeo, oito de futsal e quatro de beach soccer.

Confira abaixo a lista completa:

ÁRBITROS

Anderson Daronco

Bráulio Silva Machado

Bruno Arleu de Araújo

Flavio Rodrigues de Souza

Paulo Cesar Zanovelli da Silva

Rafael Rodrigo Klein

Ramon Abatti Abel

Raphael Claus

Rodrigo José Pereira de Lima

Wilton Pereira Sampaio

Andreza Helena Siqueira

Charly Wendy Straud Deretti

Daiane Caroline Muniz dos Santos

Deborah Cecilia Cruz Correia

Edina Alves Batista

Rejane Caetano da Silva

Thayslane de Melo Costa

Árbitros Assistentes

Alex Ang Ribeiro

Bruno Boschilia

Bruno Raphael Pires

Danilo Ricardo Simon Manis

Fabrício Vilarinho da Silva

Guilherme Dias Camilo

Luanderson Lima dos Santos

Nailton Junior Sousa Oliveira

Rafael da Silva Alves

Rodrigo Figueiredo Henrique Correa

Anne Kesy Gomes de Sá

Barbara Roberta da Costa Loiola

Brígida Cirilo Ferreira

Fabrini Bevilaqua Costa

Fernanda Kruger

Fernanda Nandrea Gomes Antunes

Leila Naiara Moreira da Cruz

Maíra Mastella Moreira

Neuza Inês Back

Árbitros Assistentes de Vídeo

Daniel Nobre Bins

Diego Pombo Lopez

Igor Junio Benevenuto de Oliveira

José Cláudio Rocha Filho

Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro

Rodolpho Toski Marques

Rodrigo D’alonso Ferreira

Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral

Rodrigo Nunes de Sá

Wagner Reway

Charly Wendy Straud Deretti

Daiane Caroline Muniz dos Santos

Árbitros de Futsal

Alfredo Carlos Wagner

Felipe de Fabio Ventura

Guilherme Schwinden Gehrke

Ricardo Amaral Messa

Aline Santos Nascimento

Anelize Meire Schulz

Juliana Caroline Angelo

Paula Kamila Silva Cirilo

Árbitros de Beach Soccer

Lucas Estevão

Luciano Andrade

Mayron Frederico Reis Novais

Paula Madeira Liberato

Deixo meus parabéns aos que foram promovidos e desejo boa sorte nessa nova etapa da vida profissional de cada um que, independentemente de meritocracia ou política, certamente é a realização de um sonho e torço para que não se tornem ‘pavões’, pois, com raríssimas exceções, é o que acontece com todo árbitro no primeiro ano de internacional quando a soberba atinge o topo e passam a dar mais atenção ao escudo que as partidas que estão arbitrando. O resultado disso quase que sempre termina em lambanças, pois o escudo abre portas e te leva até dentro de campo, mas não apita a partida pra você.

Também deixo meus parabéns aos que permaneceram no quadro e torço para que tenham resiliência para se adaptarem e resistirem ao sistema que manipula e joga pesado sem dó de ninguém.

Obs. Os comentários acima são direcionados aos profissionais de arbitragem, jamais no campo pessoal ou diretamente a qualquer cidadão ou cidadã que merece respeito.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Escudo FIFA vira moeda de troca na eleição da CBF

Escudo árbitro FIFA - Crédito: divulgação

Que o jogo está pesado na eleição da CBF não é novidade para ninguém que acompanha os bastidores. Novidade no tabuleiro e alçado a condição de candidato com a desistência de Ednaldo Rodrigues, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, tenta consolidar uma chapa que conta atualmente com o peso da maior federação de futebol do país juntamente com outras sete federações estaduais e 30 clubes, entre eles todos os grandes de São Paulo. Reinaldo conta ainda com  apoio, principalmente monetário, de uma das Ligas (Liga Forte União) em sua pré-candidatura o que aumenta substancialmente o poder de fogo do paulista de Taubaté.

Apesar de sempre ter sido uma espécie de lambe botas e subservientes de dirigentes como Eduardo Jose Farah e Marco Polo del Nero, de quem ficou à sombra durante vinte anos (1996 a 2015) ocupando a vice presidência da FPF, Bastos adquiriu experiência, conquistou alguns aliados e mesmo sendo odiado e considerado traidor pela maioria dos dirigentes, tem apoio considerado, não pode e não deve ser subestimado.

Com o apoio já anunciado, Reinaldo Carneiro tem 67 votos. Ele precisa de 71 para ser eleito. Segundo informações, o presidente da FPF teria mais "5 times da Série B fechados com ele" e, caso seja verdade e não haja mudanças de lado, com 72 votos seria eleito, já que o colégio tem 141 votos no total.

Dos dirigentes de federações aliados ao paulista, praticamente todos tem promessa de cargo na diretoria e gordos salários, na casa dos 200 mil mês, em uma eventual vitória. A tática do opositor Flávio Zveiter seria cooptar aliados de Reinaldo, mas comenta-se nos bastidores que para mudar de lado, o valor estaria na casa dos 10 milhões de reais e outras regalias.

Sob presidência de Ednaldo, o baiano Luanderson Lima foi promovido à FIFA no mesmo ano de sua estreia na Série A do Brasileiro - Crédito foto: CBF

Outra moeda de troca, essa sem valor monetário, mas de barganha política, é o escudo FIFA para a temporada 2024. Comenta-se que Wagner Magalhães, da federação do Rio de Janeiro, aliada de Zveiter, perderia o escudo que seria herdado por Rodrigo Pereira, de Pernambuco, cujo presidente, Evandro Carvalho, é aliado e muito próximo a Reinaldo Bastos. Como as indicações ao quadro FIFA é mais politica que por meritocracia, as tratativas para alçar o jovem e inexperiente pernambucano ao quadro internacional só demonstra a bagunça e falta de critérios do comando da arbitragem brasileira.

Por fim, também se comenta nos bastidores que caso Flávio Zveiter vença a eleição, a idade limite para árbitros no país voltaria a ser de 45 anos para todos e não só para alguns privilegiados, que seria vedado a participação de árbitros atuantes em sindicatos e associações e que só atuaria árbitros associados a ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol. A título de informação, atualmente para atuar nas competições da CBF, todos os árbitros do quadro nacional, obrigatoriamente devem ser associados da ABRAFUT por imposição de Wilson Seneme sob ordens do ex-presidente Ednaldo Rodrigues.

Caso vença Reinaldo, pouca coisa mudara com os oportunistas continuando no poder e dividindo entre si o bolo monetário da entidade. Já o projeto falido da arbitragem continuará o mesmo até implodir por erros sucessivos como vem ocorrendo nos últimos anos. Já com a vitória de Zveiter, as mudanças serão obrigatórias com uma grande faxina em todos os setores iniciando pelo presidente da comissão de arbitragem e de seus aspones.

A eleição provavelmente deve ocorrer entre o fim deste mês e início do próximo quando todas essas indagações serão esclarecidas.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

ÁRBITRO ESFAQUEADO PELO MARIDO É EXCLUÍDO DA FPF E PEDE AJUDA PARA SOBREVIVER

O árbitro Everton Araújo de Oliveira, 33 anos (26/09/1990), do quadro da Federação Paulista de Futebol, desde 2017, sofreu uma grave violência doméstica sendo esfaqueado pelo marido e ao pedir ajuda na FPF, foi excluído do quadro de maneira desumana e no mínimo preconceituosa.

Entenda

Durante uma discussão familiar, Everton foi atacado pelo seu marido, segundo Boletim de Ocorrências, usuário de entorpecentes, sendo ferido com golpes de estilete no peito e nas pernas como mostram as fotos do post. O agressor fugiu do local, mas se apresentou logo depois à polícia e responde pelo crime. Everton foi socorrido por policiais ao hospital mais próximo, levou vários pontos, fez BO – Boletim de Ocorrência - que o Blog teve acesso com exclusividade e pede ajuda, não só para se recuperar fisicamente das agressões, como para sobreviver, pois arbitragem é seu único meio de renda e sem trabalhar, não tem o que comer e nem como pagar as despesas básicas da casa.

Trechos do BO - Crédito: Divulgação

No BO registrado na Delegacia da Mulher online, no dia 22 de novembro, Everton relata que a relação já era abusiva a algum tempo e que piorou quando seu companheiro mudou de comportamento ao passar fazer uso de drogas. Disse também que já tinha feito BO anterior por movimentos sem autorização em sua conta bancaria.

“Infelizmente quase fui morto pelo meu ex-companheiro. Estávamos a um bom tempo juntos. Quase não tinha fim de semana por causa da federação. Um belo dia esqueci uma data especial, ele ficou revoltado e me atingiu com um estilete de costura no peito. Quando cai ele furou minha perna com outros seis cortes” – disse Everton ao Blog.

Imagens da agressão - Crédito: arquivo pessoal

As perfurações causaram serias lesões e a perca do movimento no pé que possivelmente só retornara com intervenção cirúrgica. 

“Não sei como, pois não tenho recursos e dependo das taxas dos jogos pra sobreviver, mas preciso fazer a cirurgia e talvez nem volte a movimentar o meu pé e isso significaria o fim do meu sonho e da minha carreira na arbitragem.” - Frisou o árbitro que acrescentou:

“Sofri os desgastes de casamento que todo árbitro sofre por não ter fim de semana para a família, treinar todos os dias e a ansiedade que bate se as coisas não estarem indo bem na federação. Me dediquei muito à Federação Paulista de Futebol, esqueci meu casamento e no fim fiquei sem os dois”.

Desde a agressão Everton não trabalha, vive sob medicamento para dores, ansiedade e depressão.  Sem as taxas dos jogos está sobrevivendo de ajuda dos amigos e de rifas online.

Se você puder ajudar assine a rifa nesse link: Clique aqui e assine rifa de ajuda ao árbitro Everton Araújo Oliveira ou faça uma doação no pix: CPF: 380.074.888-63

Exclusão da FPF

Como diz o ditado, uma desgraça nunca vem só. Ao procurar ajuda na Federação Paulista de Futebol, recebeu como resposta que a entidade não poderia fazer nada e acabou sendo excluído do quadro.

‘Pautados na análise de dados de quatro segmentos de desenvolvimento da arbitragem: técnico, físico, mental e social RENUNCIAMOS a sua inscrição para a temporada 2024’. Diz a carta de dispensa da FPF ao árbitro (veja abaixo).

FPF se recusando ajudar e excluindo árbitro do quadro - Credito: arquivo pessoal

“Já tinha pedido ajuda a FPF. Tive reunião com a Ana Paula, meus relatórios todos bons, mas ela só disse que dependia de mim e ninguém falava nada. Dediquei a vida toda a arbitragem e fui dispensado pela Federação Paulista de Futebol sem sequer uma palavra de conforto, mesmo falando que precisava de ajuda. A gente que é gay tem que fazer bem mais que os outros, não cometer erros e nem deslizes algum".

Everton demonstra sua profunda decepção com a entidade que defendeu com tanta dedicação e empenho e faz uma alerta aos árbitros.

"Espero que meu caso sirva de exemplo aos demais árbitros, que tenham consciência que são só números e que a FPF não esta nem aí para os problemas deles. É uma entidade que só visa o lucro e  o árbitro como uma maquina, como um outdoor para ganhar dinheiro com os patrocínios".

Mesmo no fundo do poço e sem esperanças, Everton busca uma por uma luz no fim do túnel para seguir a carreira. 

"Enfim, vida que segue e quem sabe, caso consiga a cirurgia e me reabilitar, alguém me aceite em alguma federação para que eu possa prosseguir com minha carreira fazendo o que amo que é arbitrar futebol” - encerrou o árbitro.


O Blog apurou que a cirurgia para correção nas lesões causadas pela agressão no pé do árbitro custa em torno de 7 mil reais em hospital particular. Seja solidário, ajude o árbitro e ser humano que sofreu uma bruta e covarde agressão pede sua ajuda.

Nota do Blog

Fica claro e evidente a atitude não só preconceituosa, mas desumana da Federação Paulista de Futebol para com este árbitro tendo em vista sua homossexualidade. Everton é um bom árbitro, tem experiência desde muito jovem atuando em partidas amadoras e da várzea. É um talento que se perde devido a problemas extra campo e que qualquer um pode passar e o Blog duvida que teria mesmo tratamento caso o ocorrido fosse com algum árbitro FIFA. 

Analisando currículo disponível de Everton no site da FPF, fica evidente a perseguição e a forçação de barra por parte da CEAF/SP para que o mesmo desistisse da carreira o escalando em funções até mesmo humilhante devido sua experiência e qualidade dentro das quatro linhas.

Everton Araújo, ao lado de Regildenia Moura, durante jogo pela FPF - Crédito: Arquivo pessoal

A Federação Paulista de Futebol, mesmo com seu presidente tentando provar o contrário, mesmo com o presidente dizendo que se preocupa com seu 'árbitro', é uma entidade opressora que não da importância devida ou demonstra qualquer valor com a arbitragem tendo em vista caso como este e o ocorrido durante a Covid-19 quando foi insensível ao ponto de negar qualquer tipo de ajuda ou doar um cesta básica sequer aos árbitros necessitados.

O duro é que este mesmo dirigente opressor e insensível, quer ser presidente da CBF e usufruir dos acordos publicitários nas camisas dos árbitros, que rende valores suficiente para pagar boas taxas, dar condições de trabalho e dignidade a categoria, mas que infelizmente, por culpa dos próprios árbitros, são utilizados para pagar alto salários a alguns e dar mordomias á muita gente sem merecimento ou capacidade técnica.

O Blog procurou Sergio Corrêa e Reinaldo Carneiro Bastos da FPF, que não responderam as mensagens até a publicação deste matéria. Blog não conseguiu contatar Patrício Loustau - Presidente da CEAF - e caso algum deles se pronuncie, este post será atualizado.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

A derrocada de Ednaldo, seu mentor e seus aspones

Ednaldo Rodrigues e Reinaldo Bastos - Crédito: Foto: Thais Magalhães/CBF

Quase dois anos após assumir a presidência da CBF - Confederação Brasileira de Futebol - traindo apoiadores e aliados, Ednaldo Rodrigues, foi meticulosamente apeado do poder e mesmo sentado em cima de um bilhão de reais nos cofres da entidade, faltou estratégia, apoio político e influencia no mundo jurídico para se manter no cargo.

Mas não é só Ednaldo que perde o cargo, muitos outros, lista que vai de aliados a aspones, também deverão ter portas fechadas na CBF. Um deles é o paulista Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol e, para muitos, mentor de Ednaldo e chefe-mor na CBF.

Outro que deverá sair e, literalmente com um pontapé na bunda, é o também paulista Wilson Luiz Seneme, chefe dos árbitros, e seus aspones, pois como a decisão judicial anulou todos os atos da CBF desde 2018, o contrato de quatro anos onde ganhava 80 mil reais mês, também se tornou nulo. Pelo que se sabe, no desespero de perder a boquinha, Seneme andou contatando presidentes de federações e de clubes pedindo apoio para manter Ednaldo na presidência da CBF. 

Seneme e seus aspones - Crédito: Rodrigo Ferreira/CBF

Já se tem até o nome para o lugar de Seneme, mas é mantido a sete chaves para não queimar o sucessor. Mas posso adiantar que trata-se de um ex árbitro aspirante FIFA, longe do foco atual, que recentemente teve uma segunda chance na vida e se confirmada sua indicação, será uma surpresa geral para todos.

Para mim também foi.

Outro grande perdedor e com prazo de validade prestes a vencer é a ABRAFUT - recém criada associação de árbitros a mando da CBF, com articulação de Seneme e os subservientes árbitros FIFAs. Pelo que se sabe e como proíbe o estatuto da FIFA, sendo respeitado em todos países filiados a maior entidade esportiva do mundo, árbitro atuante não pode ser dirigente sindical e todos nessas condições, terão que renunciar ao cargo caso queiram seguir na arbitragem.

Pelo perfil já se sabe como todos se portarão, pois todos eles têm escudo FIFA, mas não tem capacidade e nem caráter para defender uma posição, haja visto que até o presente momento a ABRAFUT covardemente não emitiu nenhum comunicado defendendo seu criador e agora ex-presidente da CBF, negando sua lealdade a Ednaldo como Pedro negou a Jesus.

Ednaldo, Seneme e os "escolhidos' da diretoria da abrafut - Crédito: Twitter

A pergunta que fica é: qual será o caminho a ser seguido pelos cerca de seiscentos árbitros afiliados a entidade sindical quando os novos dirigentes, da CBF e da Comissão de Arbitragem, assumirem seus postos?

Você tem duvidas? Eu não!😂😂😂 

Por fim, segundo informações de bastidores, se mantido cenário atual, a eleição deverá ocorrer no fim de janeiro, mais tardar até meados de fevereiro com três candidatos, Ednaldo Rodrigues, Gustavo Feijó e Luís Zveiter do STJD.

Não está descartado a união entre Feijó e Felipe onde o acordo tornará o jovem Zveiter no novo presidente da CBF.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Denúncias de uniformes falsificados e outras irregularidades agitam arbitragem baiana

Jailson Macedo Freitas - Crédito: CBF

A arbitragem baiana passa por um momento delicado e espelhada em seus dirigentes, surgem denúncias de todos os lados que vão de assédio moral, sexual e até mesmo falsificação de material esportivo. 

Segundo informações de fontes e, confirmada por Jailson Macedo Freitas, chefe da arbitragem baiana, os árbitros estariam utilizando uniformes falsificados pelos quais cada um paga a quantia de 60 reais. Segundo a informação, a Federação Bahiana de Futebol, há pelo menos três anos não estaria fornecendo uniformes da Topper, empresa com quem mantem contrato, aos árbitros do quadro estadual. 

Como para trabalhar nas competições oficiais da FBF é preciso usar uniformes da Topper, os árbitros tem que se virarem nos 30 pedindo emprestado, adquirir através de rifas ou comprar diretamente das mãos de Jailson Macedo Freitas, como provam os prints deste post onde Macedo negocia a venda aos árbitros, não só para federados, mas também para amadores e, segundo ele, desde que era árbitro de futebol.

“Eu tenho uma loja virtual. Não divulgo muito, mas vendo uniforme a muito tempo, desde quando apitava e ante de ser presidente da comissão. Eu consegui um fornecedor aqui e o material é como qualquer outro falsie encontrado em qualquer camelódromo do país" – admitiu Jailson ao Blog.

Árbitros em competição oficial com uniformes da Topper supostamente pirateados

Questionado se tinha conhecimento que praticava pirataria e falsidade ideológica, crimes puníveis com até cinco anos de detenção, Jailson respondeu que:

“A Federação trabalha com a Topper, mas deixou de entregar esses uniformes aos árbitros. Esses profissionais estavam fazendo uma miscelânea muito grande indo atuar com varias marcas e até mesmo com uniformes com outras propagandas que não as oficiais. Ai eu comecei a vender o uniforme para eles com a marca Topper para não destoar e eu sou honesto em admitir que não é original.” – admitiu o dirigente.

Segundo informações, na última pré-temporada, o árbitro CBF Marielson Alves Silva pediu a palavra e falou sobre os problemas que vinham ocorrendo por conta dos árbitros não estarem recebendo os uniformes desde 2020. Depois de se posicionar, Marielson teve uma forte decaída nas escalas, tanto a nível estadual, como nacional e todos o apontam como a bola da vez a ser escanteado (deixado de lado) na FBF.

Segundo ainda as informações, a venda do material pirateado e as demais denúncias seriam de conhecimento de Ricardo Lima, Presidente da Federação Bahiana de Futebol, concunhado, braço direito e principal apoiador de Ednaldo Rodrigues na CBF. A fonte não descarta a possibilidade de o lucro estar, possivelmente, sendo repartido entre os dirigentes da arbitragem e da FBF.

Jailson Macedo Freitas assumiu a comissão de arbitragem da FBF em fevereiro de 2019. Cinco anos se passaram e nenhum árbitro foi revelado a nível nacional. A exceção é o assistente Luanderson Lima que foi uma imposição de Ednaldo Rodrigues para herdar escudo de Alessandro Matos, se tornando escandalosamente, sem entrar no quesito técnico e sim pela meritocracia, árbitro CBF e FIFA no mesmo ano.

Outras denuncias

Segundo ainda as informações, pairam sobre Jailson também a suspeita que o mesmo estaria mantendo relações intimas com uma assistente recém formada e promovida precocemente ao quadro nacional por conta desta suposta relação que seria de conhecimento de toda arbitragem baiana. Segundo ainda essas informações de bastidores, fato semelhante já teria ocorrido pouco tempo atrás com uma outra assistente CBF que teria deixado a arbitragem e indo literalmente se esconder no interior, por conta do suposto e insistente assédio que não cessava, mesmo com a assistente em outra relação.

O Blog falou com Jailson Freitas que, com exceção da venda do uniforme pirateado, negou todas as demais acusações dizendo ser de pessoas que, por algum motivo foram retirados do quadro, fazem denúncias sem qualquer fundamento.

O Blog tentou entrar em contato com a Topper, mas não obteve sucesso até o fechamento deste post. O Blog não conseguiu contatar Ricardo Lima, Presidente da FBF. 

O espaço esta aberto para os citados na matéria e este post será atualizado caso alguém se manifeste.

O Blog tem relatos de árbitros confirmando as denúncias.


terça-feira, 19 de setembro de 2023

CBF perde ação para ex-membro da comissão de arbitragem demitido por Seneme 

Almir Alves Mello e Wilson Seneme - Crédito: Marçal

Em abril de 2022, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol – a pedido de Wilson Luiz Seneme, demitiu dez membros da Comissão Nacional de Arbitragem sob seu recente comando. Entre eles, um dos nomes mais antigos da estrutura, Sérgio Corrêa, então responsável pelo VAR e a mais de 17 anos à serviço da entidade. Na ocasião também foram dispensados Manoel Serapião, Coronel Marinho, Cláudio Cerdeira, José Mocellin, Nilson Monção, José Roberto Wright, Almir Alves de Mello, Marta Magalhães e Érika Krauss.

As demissões foram anunciadas diretamente pelo recém-empossado presidente da CA-CBF, Wilson Seneme, durante reunião telepresencial.

Boa parte deles entraram na justiça pedindo vínculo empregatício e indenização pelos serviços prestados. E a primeira decisão proferida foi parcialmente favorável a Almir Alves de Mello que era o responsável por cortes de vídeo do VAR.

Almir, ao lado de Daronco, durante trabalho pela CBF

A ação trabalhista - 0100532-58.2022.5.01.0001 - foi julgada em primeira instancia na 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. No ultimo dia 12, a Juíza Adriana Malheiro Rocha de Lima, julgou procedente em partes os pedidos formulados pelo advogados Tulio Claudio Ideses representando Almir Alves de Mello, condenando Confederação Brasileira de Futebol - CBF ao pagamento de valores ainda a serem calculados e fazer constar o vínculo empregatício e todos seus benefícios em carteira profissional de trabalho.

O pedido inicial foi de pouco mais de 766 mil reais.

Advogados da CBF tentaram impedir o testemunho do CEL. Ricardo Mauricio Ferreira de Almeida, que também trabalhou na CA-CBF e que também está processando a entidade, mas a juíza negou o pedido. Cláudio Vinícius Cerdeira também depôs em favor de Almir substituindo Nilson Monção que não compareceu à audiência.

Já Alicio Pena Júnior foi a testemunha de defesa e Gustavo Oliveira Galvão o advogado da CBF.

Segundo trecho da sentença, que o Blog teve acesso consultando o TRT/RJ, Almir ingressou na CBF em 01/08/2016, na função de analista de desempenho de arbitragem e foi demitido por Wilson Seneme, sem justa causa, em 25/04/2022 através de uma reunião telepresencial.

Almir Alves Mello em jogos da CBF

Em seu depoimento, Almir afirmou que cumpria expediente diário no escritório da comissão de arbitragem da CBF, além de laborar aos finais de semana acompanhando presencialmente partidas oficiais de futebol, conforme escala previamente organizada pela CBF.

Segundo o documento, seu salário era de R$13.000,00 mensais.

Por sua vez, a CBF afirmou que Almir exerceu a função de Analista de Desempenho, mas sem possibilidade de qualquer ingerência da CBF; que o reclamante NUNCA esteve subordinado, a qualquer preposto da CBF. Não tinha horário prefixado, jamais teve jornada fiscalizada ou registrada, não estava suscetível a aplicação de penalidades e gozava de total autonomia em relação à sua rotina de trabalho.

Pelo exposto, a 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, no mérito, julgou procedentes em parte, os pedidos formulados pela defesa de Almir Alves de Mello, condenando Confederação Brasileira de Futebol - CBF ao pagamento de indenização e o reconhecimento do vinculo empregatício.

Almir na Cabine do VAR/CBF

Segundo a decisão da magistrada, em razão do reconhecimento do vínculo de emprego, são devidas as seguintes parcelas ao autor:

- aviso prévio de 45 dias; 

- férias em dobro dos períodos 2016/2017, 2017/2018, 2018/2019 e 2019/2020, todas + 1/3 (deduzidos os valores pagos, como abaixo se especificará);

- férias proporcionais 2021/2022 (10/12 – projetado ao AP indenizado) + 1/3; décimo terceiro salário 2022 proporcional (5/12); 

- FGTS (8%) de todo o período imprescrito; indenização de 40% do FGTS; multa do art. 477 da CLT.

A base de cálculo é o salário de R$13.000,00.

Após o trânsito em julgado, a reclamada deverá ser intimada a anotar a CTPS do autor com as informações acima, observando a projeção do aviso prévio indenizado de 45 dias até 09/06/2022 sob pena de multa fixa de R$5.000,00 a ser revertida ao autor.

Do julgamento ainda cabe recursos.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Assembleia do SAFESP aprova contas da gestão Aurélio Sant’Anna

Assembleia Safesp - Crédito: Marçal

No final da tarde da última quarta-feira (13) foi realizada a primeira assembleia para prestação de contas do SAFESP – Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo -. Ao todo, 13 associados, em dia, segundo decidido nas duas assembleias anteriores, aprovaram por unanimidade as contas de 2020, 2021, 2022 e parte de 2023.

Antes do início da assembleia, em conversa pacifica, informal e fora da pauta, algumas informações foram passadas e discutidas pelos presentes. Como dito, foram conversas em off e aqui não vai nenhuma acusação para ninguém, até mesmo que, por enquanto não se tem os elementos para provar, coisa que uma auditoria resolveria facilmente. Aliás, Aurélio deixou claro que sua grande frustração foi não realizar a auditoria que foi promessa de campanha, mas não foi realizada devido ao alto custo, cerca de 10 mil reais.

O que foi dito:

- Aurélio falou sobre as dificuldades do sindicato se manter. Relatou que minutos após a posse, recebeu um enviado da Federação Paulista de Futebol, portando um distrato cancelando o acordo que havia entre as entidades onde a FPF repassava os valores das arbitragens de suas competições e o sindicato realizava os pagamentos aos árbitros. Através desses pagamentos, onde se realizava os descontos das contribuições, a entidade obtinha recursos para seu funcionamento.

Crédito: Marçal

- Segundo relatado, outros profissionais como motoristas, fiscais, assessores, delegados e até palestrantes em eventos de arbitragens da FPF recebiam através do sindicato que chegou a movimentar mais de 4 milhões anuais em repasses. 

- A ideia inicial era oferecer benefícios para o associado para este fazer parte do sindicato e para isso antes da pandemia já tinha realizado parceria com estacionamento para facilitar os árbitros que se deslocam até a Federação para as viagens e devido à dificuldade de vagas na região. O sindicato também estava em tratativas para alugar uma casa de três quartos onde adaptaria para receber árbitros do interior que viessem trabalhar em São Paulo para não terem despesas com hotel. O projeto não foi a frente por falta de verba e ao pedir ajuda ao presidente da FPF recebeu um sonoro não como resposta.

- “Infelizmente o árbitro profissional não quer pagar sindicato. Quando nós assumimos isso aqui (sindicato), as meninas que trabalhavam antes aqui falavam isso pra gente: se vocês acham que o árbitro vai pagar, vocês são muito inocentes” –  frisou Aurélio.

- Segundo informado, o Safesp tem uma dívida tributária de cerca de 400 mil reais  devido a fiscalização do governo encontrar retiradas do caixa na antiga administração de três mil e até dez mil reais mensais sem a devida comprovação, o que levou a perda de isenção e multas sobre valores devidos gerando essa dívida enorme.

Segundo os bastidores, essas retiradas teriam sido feitas por um ex dirigente da entidade. 

- Segundo informado, as três funcionárias custavam algo em torno de 15 mil reais mês, mas ticket alimentação, seguro de vida e saúde entre outros benefícios. No desligamento de duas dessas funcionárias, a outra já tinha acertado, foi feito acordo de 36 meses onde o sindicato paga até abril do próximo ano, algo em torno de mil reais mês para as duas.

- O estacionamento está alugado, de forma verbal, uma vaga para uma clinica ao lado ao custo de 300 reais mês com o compromisso de cessar a locação quando as atividades voltarem ao normal.

Por fim e no horário estabelecido da segunda chamada, foi explanado de forma transparente toda situação da entidade nessa gestão com balanço financeiro bancário, devidos comprovantes, parecer do conselho fiscal devidamente a disposição dos associados presentes que puderam notar que o SAFESP tem hoje em caixa, algo em torno de 50 mil reais. No balancete consta os valores de entrada dos campeonatos administrados atualmente pelo sindicato, principalmente OAB e as devidas saídas para pagamento dos árbitros.

Tudo isso eu, e os demais presentes, vimos com nossos próprios olhos de forma transparente e com as devidas explicações em caso de dúvidas.

Considerações finais.

Sou um critico da forma como essa gestão administra o sindicato. Foram e são muito criticados por culpa deles mesmos ao não entenderem o oficio da profissão e se negarem a darem explicações e rebaterem críticas, as vezes injustas, que atingem não só a eles, mas a entidade Safesp que eles representam. Ninguém pediu ou obrigou que eles fossem dirigentes, mas a partir do momento que aceitaram, tem que agir conforme interesses do sindicato e não pessoal.

Mesmo ainda achando que o estatuto não está sendo respeitado, mas não sou dono da verdade, respeito as interpretações diferentes e a justiça que decida, saio feliz dessa assembleia, pois também luto por uma recuperação da entidade e as vezes temos que dar passos atras para no futuro seguir em frente.

Vou seguir apoiando, criticando quando necessário e a disposição para ajudar essa entidade que sou associado desde 1992.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Presidente do SAFESP mente ao Ministério Público do Trabalho!

Buscando o arquivamento pelo MPT da denúncia feita pelo associado Douglas Roberto Maffei D´Andréa contra as supostas irregularidades praticadas nas Assembleias realizadas este ano pela atual Diretoria do Safesp, com o objetivo de alterar o quadro associativo visando o pleito eleitoral e a total omissão nas prestações de contas, o presidente Aurélio Sant´Anna Martins, mentiu, em sua peça de defesa, obtida com exclusividade pelo Blog, ao Ministério Público do Trabalho de São Paulo.

O Blog teve acesso, com exclusividade, da documentação do processo e vai pontuar o que disse o ex-árbitro a justiça e o que realmente aconteceu.

Aurélio declarou nos autos do Inquérito Civil nº 00206.2023.02.000/4 que:

Em 10/07/2023 o Sindicato denunciado peticionou nos autos negando as irregularidades denunciadas, afirmou em síntese, que o Sindicato foi gravemente afetado pela pandemia COVID no ano de 2020 o que acarretou o seu fechamento e que até o início deste ano (2023) não existiam associados aptos para deliberar sobre qualquer assunto do sindicato. Dessa forma, em um tentativa de reativar o sindicato, no início deste ano, a atual diretoria deliberou, ouvindo as pessoas presentes, na melhor forma de readmitir os árbitros aposentados, bem como diminuir os valores das anuidades e taxas as árbitros da ativa, enfatizando que o que foi deliberado não necessitariam de assembleias, pois se tratava de prerrogativa da diretoria atual, "mas se preferiu marcar as assembleias e ouvir aqueles, inclusive que não tinham direito a voto, para se buscar o que a maioria aprovariam.

Em suas considerações ao MPT, Aurélio ainda diz que o Sindicato permaneceu fechado sem atividades, portanto sem receitas, acumulando despesas, o que também é mentira, pois o Sindicato mesmo de forma remota escalou árbitros para amistosos e campeonatos, dentre os quais RB Brasil, OAB e outros, além de ter recebido anuidades de associados, o que por si só, segundo a atual legislação e o Estatuto do Sindicato, determina a Assembleia Ordinária de Prestação de Contas, o que essa administração não fez de nenhum ano, nem mesmo do último ano da administração Arthur Alves Junior/Leonardo Pedalini.

Em outubro de 2022, o Sindicato realizou Assembleia Extraordinária, presidida pelo próprio Aurélio, onde ratificou o apoio paulista à fundação da FENAF - Federação Nacional dos Árbitros de Futebol, com os associados aptos a votar à época, inclusive com publicação em Diário Oficial do Estado de São Paulo e a regularização financeira de alguns associados que desejaram participar desse momento da arbitragem paulista e brasileira.

Outro fato que chama a atenção na defesa do Sindicato é o trecho que diz:

"O denunciante, (Douglas Roberto Maffei D´Andréa) era membro da administração anterior e mencionou irregularidades praticadas pela antiga administração".

Douglas e Aurélio durante posse do instrutor no Safesp - Crédito: Marçal

Mentiu de novo o presidente. Aurélio nomeou o denunciante, em evento que este Blog cobriu, como Secretário da Escola de Árbitros Armando Marques em seu mandato e o permitiu ser instrutor coordenador em alguns cursos da entidade, sendo que o denunciante pediu seu desligamento por motivos pessoais (veja abaixo), o que se isso não acontecesse, poderia estar até hoje prestando serviços ao Sindicato Paulista. 

Também ataca a administração anterior disseminando irregularidades e mais irregularidades, mas sem nada de concreto pra provar o que fala, inclusive podendo ser responsabilizado conjuntamente com sua diretoria pelo teor de suas declarações.

Face a manifestação do MPT de que, se necessário for, deverá ser buscado a litigância por meio de inquérito civil e que a prática de improbidade administrativa e financeira, bem como suas controvérsias e desdobramentos devem ser levados para a esfera judicial, locus adequado para serem dirimidas.

O MPT arquivou o processo dando o prazo de 10 dias para que o denunciante se manifeste nos autos.

Em contato com o Douglas D´Andréa o mesmo disse que estudará junto com advogados o que decidirá fazer sobre a sequência ou não da ação, mas que ficou perplexo com o conteúdo do que leu nos autos e que, se não fosse sigilo essa parte do processo, os árbitros paulistas teriam vergonha.

Veja abaixo na integra os documentos que o Blog teve acesso.